Mesmo em meio à crise, o comércio global dos chamados bens e serviços "criativos" - categoria que inclui artigos multimídia, músicas, livros, filmes, obras de arte, trabalhos de design gráfico, moda e design de interiores - cresceu 11%, de US$559 bilhão (R$ 1,1 trilhão), em 2010, para o recorde de US$ 624 bilhões (R$ 1,2 trilhões), em 2011.
A informação foi incluída no relatório Global Database on the Creative Economy (Base de Dados Global sobre a Economia Criativa), divulgado pela Unctad, a agência da ONU para temas de comércio e desenvolvimento, antecipando os debates sobre o tema que devem ocorrer no Fórum Global de Serviços de Pequim, nos dias 28 e 29 de maio.
Segundo a Unctad, com o crescimento recente, o volume de recursos movimentados pelo setor já superou o nível pré-crise de 2008.
Só o comércio de serviços "criativos" - como arquitetura, design e propaganda - teria triplicado desde de 2002, passando de US$ 62 bilhões (US$ 125 bilhões) para US$ 172 bilhões (R$ 348 bilhões) em 2011. No mesmo período, o comércio de produtos com conteúdo "criativo" mais que dobrou.
Em um ranking de volume de comércio do setor, o Brasil ficou em apenas 22º lugar, atrás de países como México e Índia.
Ainda assim, de 2002 a 2011 as exportações e importações de bens e serviços "criativos" do país aumentaram 4 vezes, de US$ 69 bilhões (R$ 139 bilhões) para US$ 282 bilhões (R$ 571 bilhões).
Causas
De acordo com a agência da ONU, parte do aumento do comércio global da "economia criativa" pode ser atribuído a um aprimoramento das estatísticas sobre esse fluxo em diversos países.
O bom momento vivido pelo setor, porém, também refletiria o estilo de vida contemporâneo e a crescente importância das "redes sociais, inovação, conectividade, estilo, marca, status, experiências culturais e co-criações".
O maior exportador e importador de bens e serviços criativos hoje seria a China, embora muitos dos produtos fabricados no país sejam concebidos em outros lugares.
Em segundo e terceiro lugar na lista da Unctad vêm Estados Unidos e Alemanha.
Os países emergentes ou em desenvolvimento ainda seriam minoria na lista dos 20 maiores exportadores e importadores da Unctad, embora tenham registrado um crescimento do volume de comércio do setor mais acelerado.
Entre 2002 e 2011 as importações e exportações de bens e serviços "criativos" teriam crescido 12,1% em países em desenvolvimento e 8,8% na média global.
FONTE: BBC BRASIL
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